O bloco de carnaval Garibaldis e Sacis nasceu da classe artística curitibana e, de forma muito bem-humorada, provou que Curitiba tem sim um carnaval animado e irreverente. O bloco, que saía sempre no centro histórico da cidade nos finais de semana de pré-carnaval, em 2012 sofreu uma violenta repressão pelo Secretário de Segurança Pública do Estado. Como resultado, dezenas de jovens foram brutalmente machucados pela Polícia Militar, que recebeu ordens de usar de dispersar as pessoas.

Nos quatro finais de semana que antecedem o carnaval, o grupo atraía cerca de 25 a 40 mil pessoas nas festas de rua, com um dia inclusive destinado ao carnaval infantil – um dos mais frequentados. O Secretário, após a violenta interferência, determinou que o grupo não sairia mais no centro histórico e teria de arranjar um espaço mais afastado, sob a justificativa de não perturbar os moradores da região central.

O grupo procurou apoio e nasceu ali a campanha “Vem meu amor, bandeira branca eu peço paz” que, contrariando a Secretaria de Segurança Pública, convocou todos os apaixonados pelo bloco para que viessem para a rua vestidos de branco, mostrando que brincar o carnaval é um gesto de integração, diversão e cultura. Dispersá-lo não seria mais possível, visto que era uma decisão espontânea a participação das pessoas. O movimento precisava, sim, ganhar estrutura e apoio do poder público.

Quase 100 mil pessoas se reuniram durante os dois dias de movimento, vestindo branco nas ruas do centro histórico e dando uma mensagem clara de que a cidade não pertence ao Secretário ou ao Prefeito, e sim aos cidadãos, que têm o direito de aproveitar o espaço público. Nenhum ato de violência ou ocorrência foi observado durante esses dois dias, tampouco lixo nas ruas, tendo esse dia se transformado em um momento histórico para a cidade e, em especial, para aqueles que seguem o bloco.